A língua portuguesa geralmente é classificada por muitos como: difícil, complicada, entre outros adjetivos. Mas a partir desta postagem, o primeiro dos dez textos da série sobre os grupos de palavras no “Descomplica, Unina!”, você vai entender melhor o funcionamento da língua portuguesa, conhecendo um pouco mais cada grupo de palavras de uma forma bem diferente.
Podemos dizer que a nossa língua tem o “molejo brasileiro”, assim como o seu povo que dá um jeito de se reiventar, criando várias formas de sobreviver. A nossa língua também faz isso, pois ela está sempre sendo reiventanda, por meio da criação de um novo termo ou trocando palavras de lugar para dar novos sentidos a elas. Nós só precisamos estar atentos e entender o sentido que certo termo apresenta no momento da escrita/fala, principalmente na escrita, pois dependendo desse sentido que a palavra exerce determina a estrutura da frase.
Veja o exemplo a seguir com o termo “meia”.
O termo “meia” pode ter várias características de acordo com o contexto em que ele está inserido.
A meia da minha irmã furou.
Na frase acima, o termo “meia” é o nome de um objeto o qual está sendo relatado algo.
Já na frase abaixo, o termo “meia” tem a característica de numeral, pois indica uma divisão, uma fração do chocolate.
Vou te dar meia barra de cholate, a outra metade é minha.
Para nos comunicarmos usando a língua portuguesa, precisamos de palavras. Ao juntarmos palavras, formamos frases; juntando várias frases, contamos uma história. As palavras da língua portuguesa se dividem em dez grupos, mas há dois grupos de palavras considerados os mais importantes: os substantivos e os verbos. Neste texto, você vai conhecer melhor o substantivo.
Esses dez grupos estão registrados dentro de um livro chamado gramática. Para ficar mais simples de compreender, vamos comparar a gramática com o Planeta Terra. O nosso planeta é composto por países e cada um deles é composto por pessoas com características
diferentes. No “Planeta Gramática” também é assim, temos vários “países” e nesses países “habitam” palavras com suas próprias caracteríticas. No “País Substantivo”, “habitam” as palavras chamadas substantivos, elas têm uma característica específica: dão nome às coisas, aos seres, às pessoas, aos sentimentos… Quando surge, por exemplo, um brinquedo novo, automaticamente ele é “batizado” com um nome. Tudo o que criamos, “batizamos” com um nome específico que representa esta criação, ou seja, esses nomes dados às coisas são os substantivos.
Podemos considerar o “país Substantivo” como o país Estados Unidos da América (EUA), pela importância e influência em relação aos outros países. A língua portuguesa também funciona com essas importâncias e influências de uns países sobre os outros, pois é o substantivo que manda, enquanto os outros termos, que horbitam ao seu redor, o acompanham. Por isso, é importante conhecermos as característica de cada grupo de palavra, para que, no momento de estruturar uma frase, ocorra concordância entre os termos.
Veja o exemplo do trecho da música “Frisson”, de Tunai.
“Você caiu do céu
Um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal
Me enfeitiçou
Eu nunca vi nada igual”
Observe os termos destacados, o substantivo “anjo” é masculino e está no singular, mas e se o alterarmos para o feminino, mudaria outros termos destacados? Vamos ver!
“Você caiu do céu
Uma princesa linda que apareceu
Com olhos de cristal
Me enfeitiçou
Eu nunca vi nada igual”
Os outros termos em destaque também foram para o feminino para acompanhar o substantivo “princesa”, justamente por ele estar no feminino e no singular.
Agora, vamos ver como fica se passarmos o substantivo “anjo”, que está no singular, para “anjos” no plural.
“Vocês cairam do céu
Uns anjos lindos que apareceram
Com olhos de cristal
Me enfeitiçaram
Eu nunca vi nada igual”
Percebeu que os termos que se referem ao substantivo “anjos” também sofreram alteração ao passarem para o plural? Repare nas palavras “vocês caíram/apareceram/enfeitiçaram” em que todas também são alteradas para o plural, justamente por precisarem “concordar” com o substantivo.
Além de o substantivo ter a característica de dar nome às coisas, também exerce algumas funções, assim como as pessoas que têm diferentes funções/atribuições sociais: professoras, médicas etc. Em uma frase, o substantivo exerce a função de sujeito, aquele que prática uma ação, ou exerce a função de complemento da ação.
Veja este exemplo:
João comprou canetas.
Perceba que a informação foi passada, e a frase tem dois substantivos e um verbo. Na frase, o substantivo “João” está na função de sujeito, que comete a ação de “comprar” (verbo), enquanto o outro substantivo “canetas” completa a ideia da ação de “comprar”.
No entanto, seu quiser dar mais detalhes para essa informação, eu usarei palavras de outros grupos de palavras que acompanharão o substantivo em gênero e em número/quantidade de acordo com os substantivos aos quais eles se referem.
Veja o exemplo:
O pequeno João comprou essas duas canetas coloridas.
Perceba que os termos “O” e “pequeno” se referem ao substantivo “João” e todos estão no gênero masculino e no singular. Já os termos “essas”, “duas” e “coloridas” se referem ao termo “canetas” e todos estão no gênero feminino e no plural.
Dentro dos estudos da língua portuguesa, chamamos isso de concordância nominal, pois os termos concordam sempre com o substantivo (aquele que dá o nome às coisas), ele sempre vai ser o termo mais importante dentro de uma frase junto com o verbo, nos próximos textos do Descomplica, Unina!, você vai ter a oportunidade de ler sobre essas questões.
Gostou? Ficou com dúvidas? Quer sugerir outros temas? Entre em contato com o setor do PROLAC, o Programa de Letramento Acadêmico da Faculdade Unina: carla.sanches@unina.edu.br.
Texto escrito pela professora Carla Emanuelle Sanches.